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Compreendendo os transtornos alimentares

Autor: Amanda Tamirys Coelho Sousa Data: 26/04/2017

Vivemos numa sociedade que valoriza excessivamente o consumo e a imagem, na qual o “ter” sobressai em relação ao “ser”. Essa cultura nos leva a estar sempre acumulando bens materiais o que ao mesmo tempo nos afasta da essência de quem somos. Nesse contexto a aparência e estética, aquilo que eu mostro, passa a ser muito importante. Tudo isso cria um terreno fértil para que os transtornos alimentares apareçam.

Os transtornos alimentares acontecem diante de uma interação de diversos fatores: biológicos, psicológicos, familiares, socioculturais, genéticos e de personalidade. Dentre os principais podemos citar: a Anorexia Nervosa e a Bulimia Nervosa. Apresentam como sintoma comum uma preocupação exagerada com o peso e a imagem corporal que pode levar a pessoa a buscar dietas muito restritivas ou formas prejudiciais de conseguir o corpo idealizado.

Na Gestalt terapia compreendemos a doença como a melhor maneira que a pessoa encontra naquele momento de se ajustar à sua realidade, mesmo que esta seja disfuncional. Sendo assim, podemos considerar os transtornos alimentares como ajustamentos criativos nos quais a pessoa evita, por meio da comida, lidar com suas tensões, angústias, sentimentos e emoções. Ao focar nos comportamentos como: comer, vomitar, contar calorias, a pessoa foge da necessidade de encarar suas questões subjetivas.

Além disso, pessoas que sofrem desses transtornos tem uma maneira particular e negativa de experienciar seu corpo ocorrendo uma distorção da imagem corporal. Na qual está presente um autojulgamento severo gerando sentimentos de culpa, inadequação, crítica e baixa autoestima.

Nesses casos é recomendado um tratamento integrado e multiprofissional composto por: psiquiatra, psicólogo, nutricionista e clínico geral. Para abordar os diversos fatores que integrantes desse transtorno.

Vale ressaltar que o diagnóstico desses transtornos é complexo. Pela questão cultural a maioria das pessoas tem uma preocupação e cuidado com relação ao peso. Os transtornos alimentares constituem esse comportamento de forma exacerbada, por longo período, causando danos à saúde mental e física da pessoa. Sendo importante nesses casos buscar ajuda profissional.

Contudo, podemos refletir sobre a seriedade e grande aumento desses transtornos na atualidade. Sendo indispensável a conscientização para busca de tratamento quando necessário. Há a possibilidade da construção de um novo ajustamento no qual a pessoa desenvolverá recursos para se conectar de maneira mais saudável com seu corpo e sentimentos. A psicoterapia é uma ferramenta para que esse processo aconteça.

 

Amanda Tamirys Coelho Sousa

Psicóloga – Crp: 04/39336