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A Psicologia no tratamento de pacientes com doenças crônicas

Autor: Aline Alves Ferreira de Rezende Data: 06/01/2017

Observa-se, atualmente, uma fartura de alimentos processados, açucarados e gordurosos, ofertados pela indústria alimentícia, que podem ser facilmente adquiridos em qualquer bar de esquina ou supermercado. Esses alimentos se tornaram mais acessíveis pelo preço, pela variedade e abundância em que são encontrados.

Há uns vinte anos atrás não havia tantas marcas ou sabores diferentes de um determinado tipo de produto, como as bolachas, salgadinhos e bebidas gaseificadas ou mesmo os sucos industrializados.
Isso tem afetado a forma de consumir das pessoas. A facilidade em adquirir e a praticidade desses produtos estão sendo substituídos pelos alimentos naturais, gerando alguns problemas de saúde já em crianças, como a obesidade infantil.

A alimentação rica em gorduras e açúcares, aliada ao sedentarismo e outros confortos oferecidos pelo capitalismo – como o acesso aos meios de transporte ou os controles remotos e videogames, têm deixado as pessoas menos ativas.

Distúrbios como alguns tipos de câncer, a obesidade e o diabetes têm uma forte relação com o estilo de vida. Segundo a literatura, há mais de sete milhões de diabéticos no Brasil, e metade dos pacientes portadores desta doença não fazem o tratamento adequado. O tratamento implica em uso de medicamentos, restrições alimentares, atividades físicas e testes frequentes de urina e sangue.

Ao se deparar com um diagnóstico de uma doença crônica – que não tem cura, o paciente se sente invadido por sentimentos de ansiedade, desesperança, perda de autoestima e impotência. O medo e a raiva são emoções comuns diante desta situação, tornando-se relevante um profissional que escute e auxilie o paciente a enfrentar um tratamento prolongado e que provoque um impacto na relação da pessoa com ela mesma, com sua família e com o mundo a sua volta.

O paciente precisará do apoio dos familiares e de profissionais da saúde para ajustar seus mecanismos adaptativos e tomar uma postura ativa perante a doença, e não apenas delegar os resultados à equipe de saúde. Isto significa que não adianta tratar somente a doença, mas também a pessoa, para que ela tenha o apoio necessário e assuma, de uma forma ativa, a responsabilidade por seu tratamento.

Aline Alves Ferreira de Rezende
Psicóloga Clínica Ativa
CRP 04/41468